As mulheres na criação e comunicação

Não há como negar: desde sempre o departamento de criação na publicidade é visto como um ambiente majoritariamente masculino. Um bom exemplo disso é a série Mad Men (2007), que se passa em Nova York nos anos 60 e retrata bem essa realidade das agências no século passado.

Durante muito tempo tivemos campanhas publicitárias criadas e lideradas por homens. O resultado? Ao longo dos anos criaram-se uma série de estereótipos femininos nas peças veiculadas. Sejam eles reforçando um padrão “ideal” ou ridicularizando características diferentes do que é considerado “bonito”. Aliás, até recentemente podíamos observar um padrão de uso de imagens e corpos (geralmente à mostra) de mulheres justificados por um único argumento: “mulheres vendem mais”.

Quando levada à população feminina, a informação finalmente foi refutada. De acordo com um estudo divulgado em 2016 pelo Instituto Patrícia Galvão, 65% das mulheres não se sentem representadas pela publicidade. O que nos leva ao que pode ser uma explicação: a quantidade de mulheres na criação das agências corresponde a apenas 20%. Em cargos de liderança nesse setor, o número cai significativamente para 2%.

Por que as mulheres não atuam na criação?

Para entender o porquê dessa oferta de talento ser tão desproporcional, o CCO da Publicis, Domenico Massareto, realizou uma pesquisa nas universidades que oferecem cursos de comunicação em todo o país. A conclusão foi que desde a própria faculdade as estudantes são desencorajadas a atuarem na criação. A desculpa mais utilizada é a de que o perfil feminino é “mais adequado” para o atendimento.

Em resumo, o importante é perceber que, a partir disso, as agências de publicidade e até mesmo empresas de outros segmentos passaram a se preocupar mais em aumentar o quadro de mulheres, investindo em ambientes profissionais mais humanizados e igualitários. E esse é um esforço que deve partir de todos os lados – líderes, profissionais de RHs e, principalmente, de grupos de mulheres para encorajar umas às outras.

Um exemplo de grupo é o More Grls, um projeto criado para que criativas do Brasil todo possam ter mais visibilidade e reconhecimento. Assim, com mais mulheres presentes na criação, teremos mais representatividade e mulheres reais em nossas campanhas publicitárias.

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