Recentemente, a agência Resultados Digitais, em parceria com a organização Endeavor Brasil e a revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios (PEGN), divulgou um estudo chamado “Panorama PME´s – Os Impactos da Covid-19 e os passos para a retomada”. A pesquisa, como o próprio nome sugere, tem como objetivo entender a atual situação das pequenas e médias empresas e traçar uma projeção de como será o futuro pós-crise – respondendo como os empresários enxergam este futuro e quais serão suas prioridades quando o novo estado de normalidade for estabelecido. Para isso, foram analisadas 1180 empresas e os canais de mídias sociais, e-mail marketing e newsletter dos parceiros durante o período de 14 a 29 de maio de 2020.
Esse é um estudo que nos trouxe bastantes informações valiosas para reflexões e tomadas de decisões. Afinal, sabemos que, mesmo com todas as medidas que estão sendo aplicadas, a crise deixará, sim, marcas profundas na nossa economia e, claro, nos nossos negócios. Para parte das pequenas e médias empresas (PME’s), o impacto poderá ser tão grande a ponto de fazer com que elas encerrem suas operações. Enquanto isso, para todas aquelas que sobreviverem (e, aqui, esperamos que este número seja o maior possível) e para as que estão nascendo neste momento, existem perguntas importantes a serem feitas: e agora? Como será o mundo? Quais deverão ser as minhas prioridades a partir de agora?
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PME’s concordam que haverá um “novo normal”
Quando falamos em um “novo normal”, queremos dizer que existirão mudanças no modo de trabalho e de deslocamento no dia a dia das pessoas. Dois terços dos entrevistados, por exemplo, acreditam que o trabalho remoto continuará sendo incentivado. Muitos deles já acionaram o plano como contingência e o manterão funcionando.
Nos últimos meses, a pandemia reformulou o conceito de trabalho desde a forma como os colaboradores estabelecem suas rotinas profissionais e pessoas, até como as empresas lidam com seus rituais, fornecedores e a estrutura física de trabalho. Isso mudou também a dinâmica da estrutura de custos das empresas, que agora precisam voltar sua preocupação para que seus colaboradores tenham setups adequados para continuarem produtivos.
Sob o ponto de vista dos funcionários, com este mundo “diferente”, provavelmente novas funções emergirão e novas habilidades e conhecimentos serão necessários. Uma boa dica é ficar de olho nas novidades de estratégias de capacitação do seu time e passar a procurar pessoas que preencham as lacunas que o seu negócio precisa para retomar no mercado.
O “novo normal” impacta no modelo atual de negócios e gestão das PME’s
Aparentemente, o “novo normal” também cria um novo perfil de cliente para algumas empresas. Mais de 59,2% dos respondentes concordam que precisarão revisar seus perfis de clientes. Um ótimo desafio para vários setores!
Esse cenário exige ainda que as empresas pensem em como reestruturar diferentes áreas do negócio. No âmbito do recebimento, 71% dos participantes estão acompanhando casos de clientes com dificuldades de compra/pagamento a curto e médio prazo. Vários deles já precisaram acionar planos de descontos e pedidos de flexibilização dos prazos de pagamentos durante a crise. Ou seja, além das mudanças de prioridades e do perfil de consumo durante a quarentena, pessoas físicas e jurídicas passaram a sofrer com a falta de crédito disponível.
E mais: muitos compradores/consumidores passaram a redefinir os critérios ao comprar produtos e contratar serviços das empresas. Três a cada quatro entrevistados perceberam seus clientes mais criteriosos nas compras – seja no seu próprio negócio ou na concorrência. Isso significa uma necessidade não só de oferecer diferentes condições de pagamento, mas também produtos e serviços com novas especificações e até mesmo novos modelos de atendimento.
PME’s precisarão adaptar modelos e processos
A maioria dos empresários da pesquisa (85%) afirmou que testar novas estratégias de negócios fará parte do “novo normal”. Uma das tendências que a crise ajudou a acelerar foi a transformação digital nos negócios. Para as PME’s, em especial, o impacto digital se dá principalmente nos canais de presença e relacionamento com os clientes (ativos e em potencial). 78% delas responderam que seus canais de relacionamento são primariamente digitais. Logo, a importância do digital será tamanha que boa parte dos investimentos precisará ser destinada aos canais e plataformas digitais – alterando, claro, o perfil dos colaboradores, que terão que se habituar ao comportamento e às novidades digitais.
Quanto às estratégias atuais, o Marketing de Conteúdo ainda é uma frente importante de investimento no Marketing. Tanto, que 85,7% das empresas concordam que o Marketing de Conteúdo será, sim, mais representativo nas estratégias da empresa a partir de agora. Apesar das variações nos formatos de conteúdo (como vimos, houve um aumento significativo na produção de lives e webinars pelas marcas), fornecer conteúdo de qualidade para guiar os indivíduos na sua jornada continuará sendo um dos principais diferenciais para conquistar novos clientes.
No futuro, PME’s planejam investir mais em produtos/serviços e canais de Marketing e Vendas
Sabemos que a retomada será única para cada empresa – variando de acordo com o seu segmento, região e planos de cada Prefeitura. Para nós, essa retomada significa, para a maior parte da PME’s, ter novos produtos/serviços disponíveis para o novo cenário e dar mais visibilidade às opções de soluções através de investimentos em canais de Marketing e Vendas. Esses canais, inclusive, serão fundamentais para o lançamentos dos novos produtos/serviços.
Como reflexo do que temos acompanhado nos últimos meses, as restrições sociais causadas pelo Covid-19 impactaram negativamente a maioria das PME’s. Por isso, o caixa da empresa ganhou mais importância do que nunca. Até porque, caso o cenário da atual crise se mantenha, cerca de metade das PME’s têm menos de 6 meses de recursos. Mais um obstáculo crucial para sobreviver a esse período de incertezas. Se por um lado elas encararam uma queda brusca na receita, por outro, tiveram que reunir forças para se adaptar repentinamente aos novos modelos nos quais se modernizar virou regra, não opção.
A transformação digital (conforme citamos anteriormente) de muitas empresas foi acelerada, forçada, e passou a ser um tema amplamente discutido nos vários segmentos e tipos de negócios. Termos que antes eram bastante comuns para as marcas mais modernas, como home office, atendimento online e entregas por plataformas de delivery, passaram a ser obrigatórios até para os mais tradicionais.
Mais da metade dos respondentes da pesquisa ainda afirmaram que desenvolver e lançar novos produtos já é um plano de contingência adotado. Entretanto, há um perfil que se sobressai nesta crise: as scale-ups (empresas que estão no grupo de alto crescimento). Elas, de forma geral, apesar das dificuldades no acesso ao capital no Brasil (pela falta de garantias de empréstimos ou por serem negócios inovadores, que não se encaixam nas linhas de financiamentos tradicionais), estão sofrendo “um pouco menos” esses efeitos. 48,7% dessas scale-ups estão contratando novos colaboradores mesmo assim e o impacto na receita, em comparação com os demais modelos, foi 11,5% mais baixo.
Em decorrência desses acontecimentos, 65,8% das empresas renegociaram contratos e cortaram despesas não-essenciais. Para manter o fluxo de caixa ativo, 53,4% delas adotaram políticas de descontos e renegociação de contratos para manter seus clientes.
Depois de todos esses dados, fica claro o tamanho dos desafios que estamos enfrentando. Sendo assim, queremos que, com este estudo, gestores e líderes (não só de PME’s) possam refletir e tomar as melhores decisões possíveis levando em consideração os fatores citados. Afinal, o futuro da nossa economia depende muito da forma como os negócios superarão esta fase e como estarão preparados para voltar a crescer, gerando emprego e renda para o país.